quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Texto Prático


SOZINHOS

Elas prosperam, eles murcham.


Entre as inumeras mudanças pelas quais o mundo vem passando nos últimos anos, há uma que tem sido observada em todas as suas tremendas implicações. É o fato que há cada vez mais gente vivendo sozinha no planeta. Estima-se que um terço da população mundial adulta viva sem parceiro. No Brasil, em 1984, os cartórios emitiram 1 milhão de certidões de casamento. A população aumentou muito nos dez anos segunites e, ainda sim, o número de casamentos baixou para 750.000. As separações, na mesma década, saltaram mais de 35%. Há cada vez mais bares, festas e pacotes de viagem para gente sozinha, não necessariamente solitária. Há muitas pessoas sozinhas que vivem bem e não fazem questão de casar. "Elas querem coabitar; mas não sob quaisquer condições. Embora seja verdade que ninguém é feliz sozinha, as pessoas só querem conviver com alguém se puder viver bem", diz Anna Verônica Mauther, psicanalista de São Paulo (...) Um estudo feito pela Universidade de Chicago com 1.500 casais constatou que, sem uma mulher que zele por seu bem-estar, os homens decaem. Segundo a pesquisa, maridos cujas mulheres trabalham mais de quarenta horas semanais têm cerca de 30% mais riscos de adoecer (...) Não é difícil entender o processo que levou homens e mulheres a se distanciarem. Depois da II Guerra, o desenvolvimento econômico acelerou-se. As mulheres foram chamadas a participar do processo de produção. A educação se universalizou. Mudanças estruturais como essas tinham de influir sobre os padrões morais e sociais. Surgiram os movimentos hippies, as feministas e uma mulher mais independente do status proporcionado pelo casamento.

(Veja. Ano 33, edição 1664, Ed. Abril, p.120-1)

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